terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Isis Vasconcelos e a análise experimental do comportamento de pessoas em grupos.

http://firstmonday.org/ojs/index.php/bsi/article/view/5424

                Os trabalhos de análise comportamental de práticas culturais, ou de análise comportamental da cultura, receberam um grande impulso de uma reunião que aconteceu em Campinas em 2005, paralela ao encontro anual da ABPMC. Em um hotel da cidade ficaram concentrados, como jogadores de futebol em concentração nos dias que precedem um jogo, dez cidadãos norte-americanos, uma norueguesa, um escocês, e quatro brasileiros. A missão: avaliar o progresso desde a publicação de “Metacontingencies in Walden Two”, de Sigrid Glenn, as objeções aos avanços de 20 anos, e a busca de orientação para o futuro do campo. Maria Emilia Malott e eu trabalhamos juntos na organização do evento, nos convites aos pesquisadores e em um roteiro para organizar a discussão. Entre os convidados estavam alguns expoentes da Análise do Comportamento, editores das revistas mais conhecidas da área, como Jack Marr (atual presidente da ABAI), Marc Mattaini (editor de Behavior and Social Issues) e Marc Branch (ex-editor de The Behavior Analyst), reconhecidos então como adversários da introdução de um novo termo técnico, a metacontingência.

                Um dos tópicos a receber maior atenção foi a falta de trabalhos experimentais de animais em situação social. Um conceito como o de metacontingência seria mais útil se viesse precedido de sólida base desenvolvida na pesquisa básica com animais, argumentavam. Dez anos depois ainda esperamos por esse desenvolvimento enquanto avançamos diretamente para a pesquisa básica com humanos.

                Um ano antes da reunião em Campinas Christian Vichi já havia apresentado sua dissertação de mestrado na PUCSP com o primeiro experimento delineado segundo a definição de metacontingência, publicado como capítulo de livro em 2005 e como artigo em revista na versão em inglês. De lá até o presente dezenas de teses e dissertações mostram variações de delineamento e situações experimentais para estudar metacontingência, seguidos por mais dezenas de artigos publicados, variando quanto à complexidade da situação experimental e do número de variáveis independentes presentes. Mais recentemente tivemos algumas iniciativas buscando procedimentos mais simples, análogos ao usado com o comportamento operante. A dissertação de mestrado de Isis Vasconcelos, que orientei, é um deles. Foi publicado na revista Behavior and Social Issues (link acima).          

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